segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Geração 00´
Hoje, último dia de 19, ainda sou como uma criança e essa perspectiva não parece mudar tão cedo. Esse último aniversário me fez pensar um pouco mais na vida e minhas expectativas enquanto de passagem por esta viagem.
Não vou negar que muitas vezes essas reflexões me abatem de uma tal maneira que me vejo tão deprimida e sem ninguém capaz de fazer melhoras; até porque contra o consciente e inconsciente não há remédio, a não ser ele mesmo.
Pouco tempo para cá, então, resolvi ser tudo que fosse ''meu''. Difícil, porque ninguém sabe onde termina o outro pra começar você. Mas digo no sentido de coerência e prazeres, dada a brevidade da vida. E, por enquanto, é o melhor caminho a seguir. Acho que todos nós sabemos quais são as nossas verdades, ou, se não sabe, busca entender pra viver melhor.
Tenho minhas crenças independente de religião, embora tenha sido educada na religião católica. Ainda sou muito ignorante pra certos tipos de opiniões pra mim mesma, talvez nada negativo tendo a idéia de que nada é verdadeiro. Tenho uma fé que nem sempre é inabalável (gostaria que fosse, mas como tudo na vida, precisa do seu oposto pra existir), combustível diário de permanença nesse mundo. Invisto nas pessoas que acredito, que me orgulham, que me ensinam (não só professores), enfim, creio em seres humanos.
Sou feliz com a minha condição. Agradeço sempre as pessoas que cruzaram e estão no meu caminho. Elas são, mais do que tudo, a fonte desse meu existir. Pai, mãe, irmão, cão e amigos. Abençoado sejam vocês.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Pela Janela
http://www.youtube.com/watch?v=ji5_MqicxSo
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Claudia Labate
***texto antigo com algumas modificações pra não ficar tão aborrescente!
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Entre Gares
que se fez no metal.
Daqui eu vejo
aquela esticando roupas na laje,
árvore de tronco,
o andar do prédio,
o teto de amiando
que cobre a parede aparente,
a folha da bananeira,
fios de alta tensão
imersos em fumaça.
Do lado de dentro
dois leitores,
estudantes exaustos,
crianças, idosos,
brancos, negros, amarelos,
loiros, morenos,
solteiros acompanhantes
e acompanhados.
Vejo música mas não a ouço.
Me calo diante
de tanto ter a dizer.
Tanto que digo mais
e sigo adiante,
não dizendo mais nada.
Claudia Granha Labate
domingo, 27 de janeiro de 2008
Relação
Origem:
s. f.,
acto ou efeito de relatar; narração; notícia; descrição; informação; rol; lista; ligação; conexão; analogia; comparação entre duas quantidades comensuráveis; quociente; ligação entre pares de elementos; espaço entre dois sons, na música; tribunal judicial de segunda instância; (no pl. ) convivência; (no pl. ) pessoa ou pessoas com quem se convive; (no pl. ) conhecimentos;
(no pl. ) cópula; (no pl. ) acto sexual.
Psic.,
-s humanas: expressão ligada à racionalização e organização científica do trabalho, pretendendo, então, traduzir a importância atribuída aos factores humanos numa empresa;
-s públicas: conjunto de actividades que trata de influir na opinião pública para suscitar nela uma reacção favorável à empresa.
Interpretação:
Explicar essa palavra envolve contextualizar sua aparição em alguma música, fala, leitura ou pensamento. Talvez essa dificuldade de explicá-la seja a explicação do fato de uma relação ser algo tão complexo, que demanda, constantemente, uma busca de análise na garantia da satisfação das partes afim de manter a ligação entre pares de elementos.
Em um grupo a conexão é firme quando há um elo comum entre os membros como se fosse a razão da união, e esse motivo varia entre grupos e dentro deles: idades, momentos, cenários. Quando o elo se perde, alguns membros se soltam e buscam novos grupos, muitas vezes sem a consciência de que o grupo de onde se desprendeu nunca mais será o grupo que lhe acolheu; essas pessoas serão reatraídas em alguns momentos na vida daqueles que não mais fazem parte do conjunto. Porém, como não há mais o elo de ligação, o encontro se torna fático e nostálgico. Homens têm necessidade de viver em grupo, uma vez desfeito um laço, outro é dado. Um laço feito pode ser a aceitação de uma negação e, consequentemente, o desenlaçar de um elo e enlaçar de um novo.
Em uma relação a dois é mais complicado ainda tentar entender como ela se inicia e qual o seu elo. Mas, nada disso parece ter muita relevância neste tipo de relacionamento. Casais se juntam pela vontade de querer estar um na vida do outro, com esta presença trazendo companheirismo, felicidade, segurança, amizade, enfim, sensações que a pessoa amada carrega consigo. É claro, sempre haverá, em qualquer tipo de relação a dois aqueles que carregam falsidade, insegurança, traição, desrespeito, indelicadeza. Porções do que não desejamos que esteja incluso no pacote, mas como se trata de uma relação entre humanos, ou seja, falível, estes elementos não tão desejáveis aparecem e causam as discussões. Discutir é muito válido, faz crescer e é fundamental para que as partes tenham conhecimento de como cada um conceitua algumas palavras, ou seja, o que algo significa para um pode ser compreendido de uma forma diferente pelo outro. Afinal cada um tem sua história e enxerga o mundo da perspectiva de onde está o olhar.
Teria ainda diversos exemplos que poderia citar, mas todos muito particulares: relação no trabalho, com cada membro da família, com um colega, com um amigo, com um não amigo, com o mundo. Enfim, acredito que relação em grupo e a dois resumam essas tantas outras. Relacionar-se não é algo simples. Envolve a imensidão potencial que é cada ser humano e influencia o projeto que somos e que temos em mente. E na base de tudo isso está o amor e suas inúmeras formas. Só ele é capaz, mesmo sem sabermos explicá-lo, de explicar o que nos move.
domingo, 20 de janeiro de 2008
Quem vai dizer tchau? - Nando Reis
Quando foi que eu deixei de te amar?
Quando a luz do poste não acendeu?
Quando a sorte não mais pode ganhar? Não
De longe me disse um não
Mas quem vai dizer tchau?
Onde aconteceu?Não sei
Onde foi que eu deixei de te amar?
Dentro do quarto só estava eu
Dormindo antes de você chegar. Mas, não
Foi ontem que eu disse não
E quem vai dizer tchau?
A gente não percebe o amor
Que se perde aos poucos sem virar carinho
Guardar lá dentro o amor não impede
Que ele empedre mesmo crendo-se infinito
Tornar o amor real é expulsá-lo de você
Para que ele possa ser de alguém
Somos, se pudermos ser ainda
Fomos donos do que hoje não há mais
Houve o que houve
E o que escondem em vão
Os pensamentos que preferem calar, Se não
Irá nos ferir o não,Mas que não quer dizer tchau.''
Quando dizemos tchau à alguém dizemos o mesmo à uma parte de nós mesmos que vai junto com aquela pessoa. Seja isso um assunto em comum, um tipo de beijo ou abraço, um toque diferente, tudo que você é com aquela pessoa e tudo que ela é com você. Fica no passado e vai embora. Qualquer pessoa na vida é insubstituível. Cada uma possui uma história imersa em um determinado contexto, que ajuda a garantir a diferença de cada ser dentro da nossa espécie.
Digo tchau para poder oi dizer e digo oi pra dizer tchau e assim aprender um pouco mais para quando disser oi novamente. Sou muitos possíveis em mim.
domingo, 13 de janeiro de 2008
Silêncio
O fato é que ao buscar uma mudança interna perdi o vincúlo que me prendia aos amigos que, antes, considerava mais amigos. Ainda não sou capaz de dizer quais são esses vínculos, bem como por quê se desfizeram.
São tantos os pensamentos. Imagine-se preso em um corredor sem fim e cujas paredes são feitas de auto-falantes, sendo que cada um está ajustado em uma frequência diferente em volume máximo. É uma sensação até certo ponto usual que sinto; e, explicá-lo assim, é a melhor forma de traduzí-lo. O interessante de pensar uma sensação como uma situação é que podemos interpretar as metáforas e aplicar mudanças. Nessa sensação que acabo de descrever sei que para me sentir melhor preciso aos poucos sintonizar os rádios na minha estação preferida ou silenciar aqueles que não são desejáveis. O entendimento da situação assim possibilita uma ação mais concreta talvez, não sei. Mas ajuda.
Com este blog pretendo previnir a surdez, a tontura, a desorientação e tudo que se manifesta neste corredor que é a vida. Apartir de agora: silêncio.