quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Entre Gares

Pela fresta
que se fez no metal.
Daqui eu vejo
aquela esticando roupas na laje,
árvore de tronco,
o andar do prédio,
o teto de amiando
que cobre a parede aparente,
a folha da bananeira,
fios de alta tensão
imersos em fumaça.
Do lado de dentro
dois leitores,
estudantes exaustos,
crianças, idosos,
brancos, negros, amarelos,
loiros, morenos,
solteiros acompanhantes
e acompanhados.
Vejo música mas não a ouço.
Me calo diante
de tanto ter a dizer.
Tanto que digo mais
e sigo adiante,
não dizendo mais nada.

Claudia Granha Labate

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei da poesia. De fora fica um jeito, por dentro outro. E ficar mudo quando tem tanto pra dizer eh dificil. Acho que seria mais para saber por onde comrçar.
E que concentraçao, ver a musica (aposto que ve por causa da agitaçao que a musica causa) e nao ouvir, alguma coisa te deixou surda para isso, deve ser o alto som das coisas que tem que ser ditas.